Ano de plantação da vinha: 1970
Altitude: 256-267m
Solos: Granitóides com forte presença de calcário ativo, sendo o ph do solo ligeiramente básico.
Dois riachos trazem as águas das chuvas da Serra mantendo o chão fresco no tórrido calor alentejano, nunca baixando o nível freático da água abaixo dos 5 metros, deste modo não existe necessidade de rega para o bom desenvolvimento das uvas.
História: Era aqui que antigamente se plantava a vinha, o local era conhecido como o Chão dos Eremitas, “Chão“ termo antigo para zona plana, e dos “Eremitas” referente aos monges Eremitas da ordem de São Paulo. Aqui existem provas da produção ininterrupta de vinho desde o séc. XIV, a vinha teve tal importância que uma Bula Papal em 1397 isenta os “Pauperes Eremitas” de pagar tributos (impostos) nas suas vinhas. Mas a arqueologia vai mais longe, pois a descoberta da única ânfora de vinho fenícia do interior do País, que data do séc. VIII a.C, liga este local ao vinho cerca de 900 anos antes da chegada dos Romanos, no que são 3,000 anos de história ligado ao vinho.
Chão dos Eremitas, uma reserva natural de castas desaparecidas
No seguimento do trabalho realizado noutras regiões, na reabilitação de castas extintas, António continua aqui a sua missão. Uma missão de conservação e recuperação de castas perdidas e de descoberta de um antigo Alentejo, hoje quase desaparecido. Estas castas foram desaparecendo por terem pouca cor e baixa graduação alcoólica que tanta falta faz a um Alentejo cada vez mais quente.
Aqui, no Chão dos Eremitas, conservamos um dos poucos reservatórios destas castas quase extintas: Alicante Branco, Trincadeira-das-Pratas e Tinta Carvalha, para que um dia existam e que possam regressar ao seu lugar merecido no blend das grandes castas alentejanas.