A viticultura e enologia da Azores Wine Company abraçam as tradições e culturas locais. O que estimula a reintegração do homem na viticultura e a recuperação do maneio da vinha, que se desgastou ao longo dos anos por ser um trabalho árduo e extremo. Existe um combate diário entre a força da natureza do vulcão e o homem que molda a paisagem para de lá tirar a uva.
O respeito pela natureza numa orientação não interventiva, em que a natureza suplanta o Homem. No Arquipélago dos Açores, o termo “sense of place” não poderia ser mais marcante, os vinhos açorianos são um espelho do solo, clima, tradição vitícola e cultura de onde nascem.
Na ilha do Pico as vinhas estão em condições extremas, com grande proximidade ao mar e plantadas nas fendas da rocha-mãe, em solo vulcânico, desafiando a própria definição de solo.
A vinhas do Pico estão invulgarmente próximas ao mar, entre 50 e 300 metros, o mar pulveriza as vinhas de sal. A viticultura na Ilha do Pico caracteriza-se por ser uma batalha entre o mar e a montanha do Pico. Nos vinhedos da Azores Wine Company a água salgada entranha-se debaixo do solo, misturando-se com a água doce das chuvas, numa combinação salobra onde as raízes das vinhas vão beber.
A influência da montanha do Pico, com 2351 metros de altitude é grande. As nuvens que habitualmente se acumulam à sua volta, levam o Homem a plantar as vinhas tão perto do mar que os antigos dizem: as vinhas estão “onde se ouve o cantar do caranguejo”.
Os currais de pedra, construídos pelo homem, são murros intermináveis de pedra vulcânica, que procuram proteger as vinhas do vento e do sal marítimo, e simultaneamente criar um microclima para as vinhas com mais calor. Construídos pelo Homem há cerca de 500 anos, e que são desde 2004 classificados como Património Mundial da Humanidade pela UNESCO. A Azores Wine Company, detém uma das mais famosas localizações de currais da Ilha do Pico, o Lajido da Criação Velha.
Uma extensão de vinhas plantadas num campo de lava com uma arquitetura de viticultura tradicional dos Açores que se preserva e recupera todos os anos.
A viticultura da Azores Wine Company, caracteriza-se por uma viticultura não interventiva, respeitadora da natureza das castas autóctones dos açores e do seu terroir. Uma viticultura com uma filosofia de preservação e recuperação do património vitícola da Ilha do Pico.
A enologia da Azores Wine Company segue o mesmo princípio de intervenção mínima. Focados no respeito pela cultura vitícola açoriana e das suas castas autóctones, mas nunca largando gosto pela criação de novos vinhos e novos desafios. É uma enologia com forte base científica, mas sempre deixando a intuição assumir o controlo quando necessário.
Ao juntar fatores tão fortes como a proximidade ao mar, solos em rochas vulcânicas, clima atlântico e de ilha, castas únicas e exclusivas do Arquipélago dos Açores, o papel da enologia é servir como vetor no transporte dessas características para o vinho, resistindo à tentação de fazer melhor, diferente ou original, focando em dar expressão a vinhos açorianos que quase nascem no mar.