Em pleno oceano atlântico, a 1600 km do continente, num arquipélago com 9 ilhas nascem os vinhos dos Açores. Graciosa, Pico e Biscoitos são as três sub-regiões demarcadas.
A natureza dos solos vulcânicos e o clima profundamente marítimo imprimem aos vinhos dos Açores uma identidade única e exclusiva, irreplicável noutro lugar.
O clima é ameno e muito húmido durante todo o ano, com mudanças repentinas. Os açorianos costumam dizer que as 4 estações do ano são possíveis num só dia. As vinhas açorianas são por si só sobreviventes ávidas. Fruto de uma viticultura in extremis, resistem à salinidade, ventos, ausência de solo, grande proximidade ao mar e água salobra.
Escudadas dos ventos pelos currais de pedra criteriosamente construídos pelo homem há mais de 500 anos e património da Unesco - Paisagem da Cultura da vinha do Pico, proteção do vento e da salinidade que é ''borrifada'' na rebentação das ondas, identidade da paisagem.
As castas com maior expressão são o Verdelho, o Terrantez do Pico e o Arinto dos Açores. O verdelho é a casta tradicional dos Açores considerada a mais antiga e mais típica do encepamento igual ao Verdelho da Madeira. Estudos do perfil genético desta casta comprovaram que é uma casta diferente da casta Verdicchio italiana, do Verdejo casta espanhola e da Gouveio portuguesa que também é designada de Verdelho no continente.
O Arinto dos Açores é uma casta única no mundo, autóctone, desconhecendo-se a sua origem. É a casta mais resistente às adversidades climáticas do arquipélago. O Terrantez do Pico é uma das três castas autóctones dos Açores. É a casta que representa uma maior área cultivada. É única no mundo e já esteve praticamente em extinção. A designação geográfica aliada ao nome é para não ser confundida com o Terrantez plantado na madeira e o Terrantez do continente, também comprovado geneticamente serem castas distintas.
Os vinhos brancos dos Açores são muito frescos, salinos, normalmente identificados como minerais e iodados. Normalmente apresentam-se em monocasta de Verdelho, Terrantez do Pico ou Arinto dos Açores.
Os vinhos tintos dos Açores são produzidos a partir de castas como o Saborinho, Agronômica, Aragonez, Castelão, Rufete, Touriga Nacional entre outras. São vinhos de perfil fresco, com notas aromáticas complexas, por vezes de musgo e cogumelos.
Na boca são persistentes e tensos.
Nos Açores dá pelo nome de vinho de cheiro, noutras regiões por americano ou morangueiro. Por terras açorianas e em alguns locais da europa persiste a tradição de vinificar as uvas resultantes de híbridos americanos: cruzamentos entre espécies americanas entre si e com vitis vinifera.
As castas que originam o vinho de cheiro são um património cultural importante e que importa preservar. Apesar da proibição da comercialização do vinho de cheiro é uma tradição que se mantém viva entre os produtores de vinho dos Açores.
Do pico também são afamados os vinhos licorosos, muito antigos na sua história, aguardamentados e doces. Com um grande potencial de envelhecimento derivado da acidez das castas que estão na sua base. Apresenta-se de cor de ouro com aromas a amêndoas, mel com notas iodadas, com bom equilíbrio entre doçura e acidez.
Os vinhos açorianos são um produto de nicho, devido às pequenas quantidades produzidas. Ainda assim, podem ser encontrados em garrafeiras especializadas, fora do arquipélago. Procure os nossos vinhos dos açores na nossa loja online e desfrute.