Entre as acentuadas encostas do rio Douro e dos seus afluentes nascem os vinhos do Douro. A região demarcada do Douro é a mais antiga região de Portugal e do mundo a ser regulamentada e delimitada geograficamente. Em 1756 a demarcação serviu para regulamentar a produção de vinho fortificado - vinho do Porto. Nos dias de hoje abrange não só a produção de Vinho do Porto como a produção de vinho DOC - Denominação de Origem Controlada, dos vinhos do Porto e Douro. Divide-se em 3 sub-regiões: Baixo Corgo, Cima Corgo e Douro Superior, num total de 250 mil hectares.
A viticultura e a produção de vinho do Douro acontecem desde o tempo dos romanos. Mas foi no séc. XVII que o vinho do Douro começou a ser exportado de forma mais intensiva para Inglaterra e que surgiu o vinho do Porto, como vinho fortificado.
A paisagem da região do Douro vinhateiro combina a natureza colossal com a ação continuada do homem para moldar a paisagem às suas necessidades agrícolas. O enquadramento da vinha na paisagem de montanha é resultado da estreita relação e conhecimento entre o homem e a terra que cultiva para a produção de vinhos do Douro. A geografia e a orografia da região minimizam a influência de ventos atlânticos.
A viticultura de montanha em patamares ameniza os trabalhos na vinha e protege os solos, pobres de origem xistosa, da erosão natural.
O Douro bem como os vinhos do Douro espelham a coragem e determinação do homem. Onde, perante recursos limitados e condições desfavoráveis, a persistência prevalece. A região do Douro é considerada património mundial da humanidade, pela UNESCO, pela sua riqueza cultural, patrimonial e paisagística como região vitícola.
Para além da paisagem avassaladora, herdámos do passado as vinhas velhas do Douro e as castas de antigamente. Embora não haja um sistema de classificação de vinhas velhas, podemos considerar uma vinha com mais de 45 anos uma vinha velha. Para o panorama de vinhos do Douro, uma vinha velha entende-se por ter uma diversidade e mistura de castas em altas densidades de plantação.
Os vinhos resultantes de vinhas velhas são uma viagem ao passado. Resultado de mais de 20 castas diferentes, como são exemplo os vinhos Olgas Branco e Tinto e os Canivéis. São vinhos de consumo, eram assim chamados em contraposição aos vinhos de celebração, esses mais concentrados, mais alcoólicos e mais estruturados.
As vinhas do Douro são classificadas dentro de um sistema complexo em 6 categorias de A a F, consoante a sua aptidão para produzir vinho do Porto e o respetivo benefício. O sistema pontua tendo em conta fatores como a altitude, produtividade, castas, declives, densidade de plantação, idade das vinhas, etc.
Uma vinha a 700m de altitude, por exemplo, tem pontuação desfavorável para a produção de vinho do Porto mas é ideal para a produção de vinhos brancos com muita acidez e frescura, como é o caso do Maçanita Branco.
O Douro vive nos dias de hoje um período de grande reconhecimento da qualidade dos seus vinhos, muito impulsionado pelas empresas do sector. Muito frequentemente importantes distinções, pontuações e prémios são atribuídos a vinhos do Douro premiados. Apesar da imensidão da paisagem, as vinhas do Douro são cultivadas por pequenos lavradores, cerca de 40 mil proprietários, com uma área média de 1,17ha.
Os vinhos do Douro tintos são concentrados e estruturados, ricos em cor e aromas e envelhecem nobremente. Resultado de solos pobres, disponibilidade de água reduzida, invernos muito rigorosos e verões com temperaturas moderadamente altas que originam boas maturações. Os solos predominantemente xistosos favorecem estas características, o xisto durante o dia retém o calor que vai dissipando gradualmente durante a noite, diminuindo assim as amplitudes térmicas diárias no verão.
Os vinhos brancos do Douro são geralmente quentes e aromáticos. As vinhas em altitude são preferencialmente para castas brancas, onde se consegue obter mostos mais frescos e os melhores brancos do douro. Vinhas em altitude, maior amplitude térmica e castas com boa acidez, como o Arinto e o Folgasão, favorecem a frescura dos vinhos brancos. O carácter aromático deve-se essencialmente à natureza das castas da região do Douro como o Gouveio, Viosinho e a Códega de Larinho.
Os vinhos rosé do Douro são muito elegantes. As castas que os vinhos rosé do Douro têm por base são bastante aromáticas e frescas quando colhidas no ponto de maturação ideal. As baixas temperaturas de fermentação favorecem a obtenção um perfil de vinho rosé elegante e aromático.
O encepamento da região do Douro, é muito diversificado estando cerca de 70 castas tintas autorizadas e 50 brancas.
Atualmente castas tintas mais plantadas são Tinta Roriz, Touriga Franca, Touriga Nacional, Tinta Amarela, Tinta Barroca, e Tinto Cão. Para castas brancas com maior procura para novas plantações temos, Viosinho, Gouveio, Códega,Donzelinho e Malvasia Fina.
Os vinhos do Douro são de uma diversidade extrema, pelo número de castas, orientações e exposições, pelo declive, características do solo e características do clima. Acreditamos que não há um Douro, há vários Douros.
Dentro das 3 sub-regiões o Douro Superior caracteriza-se por maior número de horas de sol anuais, mas, o menor valor de temperatura média anual e menor valor de precipitação. O Baixo Corgo tem o maior valor de precipitação mas o menor número de horas de sol. Enquanto que o Cima Corgo tem um valor médio de precipitação e de número de horas de sol quando comparado com as outras sub-regiões mas um valor superior de temperatura média anual.
A partir do séc. XVII até aos anos 50 a região do Douro era sinónimo de Vinho do Porto. Hoje, o Douro moderno vive uma realidade diferente sendo o rácio de produção de vinho de mesa e vinho do Porto de 50/50. Outros produtos como espumantes, Moscatel do Douro, late harvest, são também de qualidade na região mas a sua produção é residual.
Os vinhos do Douro são hoje em dia um produto global. O reconhecimento do vinho do Porto e, mais recentemente, os vinhos do Douro altamente premiados pelas publicações do sector e opinion makers ajudaram a internacionalizar os vinhos do Douro.
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