Não se pôde chamar vinho de Talha pois a comissão não deixou e não pôde mesmo ser “Alentejano” porque a comissão não gostou. Ficou assim o nosso ensaio de castigo no canto da sala reduzido a um digno e humilde Pote de Barro, bem à sua imagem.
A Talha, símbolo das antigas práticas de vinificação alentejanas, é um dos últimos vestígios da influência Romana na história milenar dos vinhos alentejanos.
A Talha (ou Ânfora), geralmente feita à mão, é um recipiente bojudo de barro cozido que tem desempenhado um papel crescente na produção de vinhos únicos que capturam a existência de um Alentejo antigo.
O processo de vinificação, envolve a fermentação espontânea na Talha em conjunto com as películas, grainhas e, por vezes, algum engaço. À medida que as películas das uvas sobem até à superfície da talha, é utilizado um rodo de madeira para voltar a colocá-las na parte inferior de forma a aumentar a extração de cor e compostos fenólicos.
A Talha deve servir como uma ferramenta como aumentar o sentido de sítio e não mascará-lo, ou seja, vinificar um Talha deve de certa forma celebrar os solos do Alentejo, as castas antigas, as suas posições e devemos sentir isso num copo de vinho, em conjunto com o aroma da Talha, um pouco como cozinhar num forno a lenha, não deverá isso sobrepor-se ao ingrediente base.