A casta Caracol é uma da casta tradicional da ilha do Porto Santo. Existem várias estórias e mitos sobre a sua potencial origem, como a de ter sido um tal "Sr. Caracol" que a terá trazido e plantado. A curiosidade levou António Maçanita a analisar os microssatélites, que demonstram a sua enorme proximidade genética com o Listrão, diferido apenas 1 no total de 20, podendo ter o mesmo progenitor ou serem progenitores uma da outra.
Sobre o nome, também a pesquisa na bibliografia antiga pode residir a razão do nome Caracol. Gaspar Frutuoso, em 1580, afirmava: “Há muitas vinhas, que dão boas uvas; criam-se nelas muitos caracóis brancos, em tanta maneira, que, em partes, cobrem tanto o cacho das uvas, que lhe não aparece bago”.
O nome refere-se às parcelas cujos solos são areias puras, de calcário, de onde vêm uvas com um nível diferente de complexidade e concentração. “Fazenda” o termo utilizado localmente para designar local, pequena propriedade, quinta. “Areia” o tipo de solo existente nestas fazendas, arenitos calcários resultados da acumulação ao longo de milhões de anos.
Viticultura
Condução: rasteira tradicional, junto ao chão protegidas dos ventos forte por caniçais ou muros de crochet.
Idade das Vinhas: 40-80 anos.
Solos: calcários de textura franco-arenosa de pH>8.5.
Vinificação
As uvas foram vindimadas manualmente e vinificadas pela primeira vez na ilha de Porto Santo. Seleção apertada na vinha, sendo algumas vinhas vindimadas mais que uma vez, apanhando primeiro as mais maduras e as restantes numa segunda colheita. Prensa direta de cacho inteiro para depósitos de decantação sendo separadas três frações, sem qualquer uso de SO2 até ao final da fermentação, de forma a permitir uma pré-oxidação do mosto e uma fermentação espontânea mais plena. Os mostos fermentaram sobre borras em cubas de inox deitadas de 250L e 500L, e em barricas de 228L, onde ficaram em estágio total de 11 meses.
Produção
2 567 garrafas numeradas de 0,75L lançadas em agosto 2023.