Dois mil e onze é o ano de arranque da Maçanita vinhos, dois irmãos, dois enólogos na região do Douro. Joana Maçanita e António Maçanita eram como que estrangeiros nesta vasta região cheia de tradição, costumes e técnicas. Os irmãos Maçanita chegaram ao Douro de folha branca, ávidos para explorar e desvendar a diversidade do Douro.
Ao longo destes anos a Maçanita Vinhos tem dado a conhecer através dos seus vinhos a diversidade do terroir da região do Douro na sua forma mais pura e fiel. Os vinhos da Maçanita trazem cada um dos Douros até ao mundo, os “douros de altitude”, os “douros quentes de xisto”, os “douros frios de granito”, as castas autóctones, os vinhos de vinhas velhas, com uma abordagem não interventiva.
A Maçanita Vinhos, não tem um estilo, não tem o seu estilo, respeita e é um fiel mensageiro dos terroirs do Douro, uma visão do Douro, “À Maçanita”.
O projeto Maçanita Vinhos foi criado pelos irmãos Maçanita no Douro em 2011. Trabalhando lado a lado em mais de 14 adegas pelo país, Joana e António queriam que o projeto Maçanita refletisse as experiências e vontades dos dois irmãos e enólogos. Muita gargalhada, muitas discussões e uma filosofia de questionar o modo de fazer existente.
Como mostrar o Douro?, E afinal, vinhas velhas ou vinhas novas? Uvas letra A ou Letra F? Será que as uvas para um vinho Vintage são as melhores uvas para um vinho de mesa?
Eram questões que se colocavam, tentando compreender o terroir. Estes vinhos a quatro mãos, tinham de falar de todas estes Douros.
O Douro é uma região de relevo montanhoso, e por isso apresenta uma variedade de altitudes muito grande. Inicia-se do lado oeste de Portugal a cerca 50 km do mar e termina junto da fronteira com Espanha.
Traz com ele uma grande variação nas temperaturas ao longo do seu território. Acolhe em grande parte os solos xistosos azuis, mas também mostra, nas zonas mais altas, os afloramentos graníticos. Este conjunto de factores que se combinam de múltiplas formas trazem uma grande diversidade de terroirs.
O Douro também é muito famoso pelas vinhas velhas, o projeto Maçanita Vinhos explorou mais este atributo do Douro adquirindo vinhas com perto de 150 anos na zona de Carlão, zona esta, catalogada como vinhas Letra F (aparentemente as menos apreciadas das vinhas do douro).
Vinhas com mais de 17 castas misturadas que falam sobre o Douro do antigamente, o douro do agricultor onde se faziam os “Vinhos de Consumo”, os ditos vinhos de mesa, que não tinham qualidade para Vinho do Porto.
Continuando a explorar o douro, a Maçanita encontrou vinhas ditas Letra A, junto ao rio Douro em solos de xisto da casta Touriga Nacional. Segundo a história do Douro, o cocktail perfeito para uvas de grande concentração e potência, seria este o terroir certo? Seria este o terroir só do vinho do Porto? Porque não o terroir para vinho de mesa? Aqui surgiu mais um desafio para o projeto dos irmãos Maçanita.
Os vinhos brancos eram também um grande desafio para os irmãos e enólogos numa região tão quente como o Douro. Sendo grandes amantes dos vinhos com frescura, foi nas vinhas de altitude a 700 metros, que encontraram mais um terroir do Douro com uma expressão muito própria de salinidade e mineralidade que não podia faltar no projeto Maçanita na região Douro.
Os vinhos Maçanita carregados de terroir, mostram assim os vários terroir do douro sem nunca esquecer as preferências, manias ou visões de cada um dos irmãos, não fosse o Homem parte do terroir, a Malvasia Fina oxidativa do António ou o Gouveio de frescura e altitude da Joana são um exemplo da visão do projeto Maçanita no Douro.